quinta-feira, 27 de março de 2014

Sangue Quente


Trago na carne a marca do desejo,
Tão singular seria se pertencesse ao outro lado,
Nada seria dito,
Nada seria profano,
Mas nasci para ser doce,
Não tanto quanto eu gostaria,
Mas eu que não me impressiono,
Não ligo para a zombaria,
E até gosto dos cochichos.
Olha, vejam lá vai a putinha!
Se tivesse nascido homem seria eu o pegador,
Pega fácil o mulherio com seu jeito encantador!
Mas que seja assim,
As honras feitas a mim e a milhares como eu,
Que seria do garanhão se todas lhe dissessem não?
Trocando em miúdos na verdade somos nós que mandamos,
As santinhas que me desculpem e que falem mal de mim,
Não posso posar de mansa tendo sangue quente assim!

Aline Menina Veneno

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